Deic conclui ‘Operação Apate’ e desarticula grupo que aplicava golpes em pessoas interessadas em comprar armas de fogo
A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), concluiu as investigações da “Operação Apate” e prendeu o líder de uma organização criminosa que aplicava golpes em pessoas interessadas em comprar armas de fogo e obter o porte de arma de fogo. Também foram presos a mulher do líder e um comparsa, que tinha a função de laranja.
O resultado da “Operação Apate” foi apresentado em coletiva de imprensa, que ocorreu nessa quarta-feira (08), na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória.
“Com o uso da tecnologia de informação, foi possível identificar e prender um indivíduo craque na arte do crime. Em um ano, o estelionatário movimentou cerca de R$ 800 mil reais”, ressaltou o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.
As investigações tiveram início após uma instituição financeira, localizada no bairro Campo Grande, no município de Cariacica, entrar em contato com o Deic, informando que dois indivíduos estariam tentando realizar um saque com uma quantia suspeita, acendendo o alerta para uma possível fraude.
No dia do crime, a equipe policial chegou a se deslocar à instituição. “Já no local, um dos indivíduos alegou falsamente que era delegado da Polícia Federal e estava realizando diversas ligações para o banco exigindo o saque e que iria processar a instituição caso não liberassem o valor. Enquanto um dos suspeitos realizava as ligações, a equipe se dirigiu ao segundo indivíduo, que foi encaminhado para a delegacia para prestar depoimento”, informou o delegado Alan Moreno de Andrade, na época da investigação, titular da Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa).
Durante o interrogatório, o falso delegado entrou em contato com a Corregedoria-Geral da Polícia Civil (CGPC) e informou que os policiais estariam agredindo e torturando o comparsa dele. A Corregedoria chegou a se dirigir à delegacia, onde verificou que não havia um cenário de agressão. De acordo com as investigações, o indivíduo que se passava como delegado era na verdade o líder de um grupo criminoso que aplicava golpes e o comparsa dele tinha a função de laranja dentro da organização.
“O líder do grupo realizava duas dinâmicas para aplicar o golpe. No primeiro caso, ele fingia ser representante de venda de armas de luxo italianas, utilizando de um perfil fake nas redes sociais para se passar por um vendedor credenciado. Ele vendia as armas por um preço abaixo do mercado, tendo como público-alvo polícias, militares e colecionadores. Além disso, também vendia documentos falsos de porte de arma de fogo. Ao realizar as vendas das armas, o criminoso solicitava fotos dos documentos dos policiais para revender os dados para a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC)”, relatou o delegado Alan Moreno de Andrade.
“No segundo caso, o líder chegou a montar uma empresa de fachada onde publicava falsas vagas de emprego. Para cada candidato que se inscrevia, ele solicitava o acesso ao GOV.BR, tinha acesso aos dados pessoais da vítima e solicitava empréstimos utilizando a assinatura digital. O indivíduo também vendia os dados para grupos especializados em clonagem de cartão de crédito”, informou o delegado.
“Durante o falso processo seletivo, o criminoso também solicitava que os candidatos gravassem vídeos e áudios simulando uma compra de arma que havia sido efetuada com sucesso. Os vídeos e áudios ilegais eram enviados a futuros compradores. Para movimentar a grande quantia de dinheiro, o líder utilizava de laranjas e oferecia a quantia de quinhentos reais para quem abrisse uma conta no banco, além de movimentar o dinheiro pelo CNPJ da empresa da mulher dele”, completou Andrade.
Na ação, foram apreendidos um veículo de luxo, aparelhos celulares e cartões de crédito. O líder do grupo já tinha passagem pelo crime de estelionato. Os detidos irão responder pelos crimes de estelionato, estelionato digital, lavagem de dinheiro com ocultação de bens, associação criminosa e falsa comunicação de crime.
“Operação Apate”: inspirada na mitologia grega, na qual “Apate” personificava o engano, o dolo e a fraude, a operação recebe esse nome como símbolo do combate a esses males na sociedade atual.
Texto: Beatriz Paoliello, Estagiária – Seção de Imprensa e Comunicação Interna (Sicoi).
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