PCES prende suspeitos em operação de combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes

PCES prende suspeitos em operação de combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), com apoio da Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES) prendeu dois suspeitos, de 20 e 31 anos, nos municípios de Domingos Martins e Serra, durante a “Operação Nacional Terabyte”, que teve como objetivo identificar e prender criminosos em todo o país que atuavam, principalmente, na internet, com o intuito de armazenar e compartilhar material de abuso sexual infantojuvenil. Deflagrada na última quarta-feira (25), a operação abrangeu 24 unidades da federação e foi coordenada pela Polícia Federal (PF), em parceria com as polícias civis estaduais especializadas.

Durante a prisão, a Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), constatou que o suspeito detido em Domingos Martins se passava por auditor da Receita Federal. Os detalhes da participação da PCES foram divulgados em uma coletiva de imprensa realizada na tarde da última quarta-feira (25), na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória.

Segundo o chefe da Divisão Patrimonial (DRCCP) e titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade, as duas investigações tiveram início em agosto deste ano. Foram informações fornecidas por uma Organização Não Governamental, dos Estados Unidos (EUA), que repassou à Polícia Federal, no Brasil, que por sua vez, repassa as denúncias ao respectivo Estado onde os suspeitos de pedofilia podem ser encontrados.

“Recebemos duas denúncias e, após uma investigação preliminar, identificamos os suspeitos, representando pela busca e apreensão nas residências deles. Um mandado foi cumprido em Domingos Martins e outro na Serra. Em Domingos Martins, encontramos um suspeito, de 20 anos, sem profissão. Com o apoio da Polícia Científica (PCIES), realizamos uma análise preliminar no celular do suspeito e identificamos 32 arquivos de vídeo, com nudez e material de abuso e exploração sexual infantil, o que possibilitou à PCES dar voz de prisão a ele. Ele negou os fatos, mesmo com as provas diante dele, que indicavam que armazenava ou compartilhava esse tipo de conteúdo”, afirmou o delegado Brenno Andrade.

Ele tentou justificar à Polícia Civil que administrava um grupo e que os indivíduos que participavam desse grupo eram os responsáveis pelas mensagens com conteúdo impróprio. “Segundo ele, quando percebia essas mensagens, as apagava. No entanto, essa justificativa não convenceu a polícia, pois contradizia a materialidade das denúncias iniciais que comprovaram o armazenamento e o compartilhamento desse tipo de conteúdo. As investigações continuarão. A Polícia Científica fará um laudo conclusivo final do material extraído, e vamos verificar quais crimes ele cometeu, identificar possíveis outras vítimas e encaminhar o caso à Justiça.”

O delegado também informou que, durante a análise do perito da PCIES, foi localizada uma conversa desse suspeito com um número com DDD 11, se passando por auditor da Receita Federal e tentando aplicar um golpe contra uma pessoa. “Iremos verificar se ele tentou aplicar esse golpe em outras vítimas e, se comprovado, ele responderá pelo crime de fraude virtual.”

Na Serra, foi detido um suspeito de 31 anos, professor de Ensino Fundamental e fotógrafo. “Em um primeiro momento, o computador e os dispositivos móveis nos quais ele armazenava os arquivos estavam protegidos por senha ou criptografados, impossibilitando o acesso da polícia. Ele não disponibilizou as senhas, mas podemos adiantar que, pela materialidade da denúncia, os arquivos podem chegar a 600 gigabytes, o que é um volume considerável. Se ele não forneceu a senha, há um motivo, embora tenha o direito de defesa. No entanto, se ele alegava não ter relação com o conteúdo, nada impedia que colaborasse com a polícia para comprovar isso. A recusa dele nos leva a investigar mais”, disse.

O delegado prosseguiu: “É importante salientar que alguns nomes de pastas nos arquivos coincidiam com os mencionados na denúncia inicial, corroborando os fatos. A Polícia Científica analisará esse material para verificar se é possível acessar os arquivos, o que subsidiará a investigação policial.”

O perito Rubens Rangel da Silva Filho, chefe do Departamento de Informática Forense (DEINF), da Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES), comentou sobre os desafios de descriptografar os arquivos do suspeito da Serra. “Entendemos o tamanho do desafio que isso representa. No caso desse investigado, observamos que ele tomou cuidados para manter os arquivos criptografados ou protegidos por senhas. Realizamos uma perícia preliminar e, embora o software forense não tenha conseguido acessar tudo, já conseguimos fornecer informações que subsidiam a autoridade policial. Com o tempo, poderemos avançar nessa análise e aplicar o software de forma mais completa, incluindo a quebra de senhas e acesso ao conteúdo armazenado. Vale ressaltar que, mesmo que o criminoso apague os vestígios, isso não significa que eles desapareçam completamente. Em dispositivos que não têm criptografia forte, é possível chegar a uma solução, embora seja um trabalho que exija mais tempo e não possa ser realizado de forma imediata, como foi o caso da perícia de hoje, que foi mais rápida e focada em subsidiar a autoridade policial para a solicitação de medidas cautelares”, explicou.

Por fim, o delegado Brenno Andrade fez uma orientação aos pais: “Fiquem atentos aos conteúdos que seus filhos estão consumindo na internet. Evite que fiquem trancados em quartos com dispositivos eletrônicos, sozinhos e sem supervisão. Sempre que estiverem usando um dispositivo, isso deve ocorrer em um local onde os pais ou responsáveis possam acompanhar, ver e fiscalizar. O histórico de navegação é uma ferramenta importante para essa fiscalização. Além disso, para minimizar riscos, recomenda-se instalar aplicativos de controle parental. São dicas básicas e simples que podem ajudar a evitar problemas”, frisou.

Operação Terabyte

A Operação Terabyte promove uma maior integração entre as forças policiais federais e estaduais na persecução de criminosos que armazenam e compartilham material de abuso sexual infantojuvenil. O objetivo é demonstrar o engajamento e o compromisso dos agentes públicos na defesa da dignidade sexual de crianças e adolescentes.

O nome da operação, “Terabyte”, refere-se à unidade de armazenamento de dados cibernéticos, que equivale a 1.000 gigabytes, simbolizando o foco na investigação de indivíduos que armazenam grandes quantidades de material de abuso sexual infantil.

Com informações: Polícia Federal


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